Passamos da idade dos porquês para a idade dos Ses e nem damos conta disso. A partir de uma certa altura, a nossa vida reveste-se de uma incerteza, imerge-se num profundo e denso nevoeiro e perde-se, algures num pântano de dúvida!
26 fevereiro 2006
Amanhã
Passamos da idade dos porquês para a idade dos Ses e nem damos conta disso. A partir de uma certa altura, a nossa vida reveste-se de uma incerteza, imerge-se num profundo e denso nevoeiro e perde-se, algures num pântano de dúvida!
19 fevereiro 2006
Se eu soubesse falar de amor
encontraria palavras tão belas
que fariam de ti o poema mais lindo
que alguém já um dia escreveu
Se eu soubesse falar de amor,
ver-te-ia em todo o lado,
a sorrir-me como o sol
que me enche de alegria as manhãs.
Se eu soubesse falar de amor,
conseguiria, com toda a certeza
dizer ao mundo o quanto sou feliz
quando tu estás comigo.
Se eu soubesse falar de amor,
poderia escrever sobre ti
um milhão de coisas lindas
Não!
Se eu soubesse falar de amor
não me esforçaria tanto:
Não procuraria palavras bonitas
nem os sons mais belos e profundos,
sentava-me, fechava os olhos
e deixava-te falar por mim!
16 fevereiro 2006
Refúgio
Cerrei todas as portas e janelas
da minha vida
com correntes e cadeados
pra não deixar ninguém entrar!
A solidão tornou-se um refúgio
um lugar calmo,
sereno,
pleno de conforto!
Nada de novo...
Ninguém de novo.
Parece monótono
e na realidade é!
Mas é seguro...
Se ninguém entra na tua vida
ninguém te pode magoar!
Refugiei-me nessa segurança
e fui vivendo assim,
sem medo da novidade
nem da mudança,
pela certeza que não viria!
Não sei que janela me esqueci de fechar,
ou porque frincha ele entrou,
mas a verdade é que não resultou!
O meu refúgio foi invadido
e a serenidade...
Foi-se!
Tal como o vento
que passa,
agita tudo
e quando dás por ele,
já foi!
Não sei explicar o que aconteceu,
nem como aconteceu,
e muito menos porquê!
Mas a verdade
é que sem pedir
sem eu deixar,
novamente me invadiram o coração,
me quebraram as defesas...
como um vento ciclónico
revolucionaram tudo
e no fim,
fiquei no meio dos destroços,
a colar tudo de novo...
a vedar portas e janelas
pra poder voltar
ao torpor em só
em que me habituei a viver!
Vila Real, 13.02.2006
11 fevereiro 2006
Céu
Esta noite...
não feches a persiana!
Antes,
senta-te à janela
e olha o horizonte!
Vê bem essa paisagem
que tão bem conheces
e repara no céu!
É que sonhei
que era essa estrela
que vês lá ao longe
e que hoje,
quando olhasses pra ela,
era o meu olhar
que irias encontrar,
e eu...
finalmente...
o teu!
Sonhei,
que nesse lugar,
no meio do firmamento
tão longe e tão perto,
ia nascer um espaço novo,
secreto,
meu e teu!
Sonhei que criávamos,
juntos,
sem medos nem receios
(e muito menos fantasmas)
um novo céu!
Sonhei que lá chegar,
era tão fácil
como um breve pestanejar,
e voltar...
voltar não dava!
É um sonho,
eu sei!
Mas esta noite...
não feches a persiana!
Antes,
senta-te à janela
e olha o horizonte,
e juntos
vamos descobrir
esse céu só nosso
meu e teu!
Esse lugar de encontro
perpétuo,
secreto!
Onde vamos viajar,
cada dia,
cada hora,
sempre que a saudade
apertar mais!
Vila Real, 10.02.20006
Encontro
mas o mesmo olhar,
o mesmo sorriso,
à minha espera
nesse lugar mágico
onde nunca nos encontramos!
Um outro eu
mas a mesma vontade,
o mesmo desejo profundo de estar contigo!
Num instante,
os nossos olhares cruzam-se,
e nesse mesmo instante,
novamente
o meu olhar se perde no teu
e eu me perco em ti!
Juntos,
tu e eu,
num outro cenário
num outro momento
desta nossa história
que já teve tantos e tantos.
Vou contigo!
Vou sempre contigo.
Deixo-me conduzir por ti,
e vamos pelas tuas ruas de sempre
andando,
caminhando,
falando e rindo!
Gosto desse teu riso fácil,
e de o quotidiano ja não pesar entre nos!
Amo esta distância
que nos une
em momentos tão profundos como este!
Amo-te sempre que te vejo
que te oiço
que te cheiro
que te sinto!
Amo esta luz
esta rua de noite dourada
que te faz ainda mais doce.
Amo este frio
que te faz caminhar mais juntinho de mim.
Amo o teu sorriso!
Esse sorriso mágico
que me faz sonhar novamente,
contigo!
Amo-te de novo,
neste mesmo momento
em que novamente te encontro
outra vez me despeço
e em que de novo,
me encontro em ti!
Vila Real, 03.03.2006
Valerá a pena amar?
Sera que tem algum sentido?
O coracao doi,
o peito esmaga-se
e vivo na ânsia vã de te ter comigo!
Hoje sinto-me pequena
desprotegida
sem chão
sem tecto
sem lar
sem vida.
Sinto que um anjo me fugiu
e as asas,
que dantes me protegiam
e transportavam pra um mundo de sonho,
simplesmente fugiram,
desapareceram!
Sinto que a qualquer momento
uma dor lancinante
me vai varrer a alma,
para sempre!
Sinto que o meu coração
vai quebrar de novo
em milhões e milhões
de minúsculos pedacinhos
impossíveis de voltar a colar.
Sinto que o meu coração
é como uma jarra ou um prato,
que já se partiu tantas vezes,
que desta...
Ja vivi esta história uma vez
e sei que não tem
o final encantado dos contos de fadas,
pelo menos não para mim!
Não vale a pena sonhar
que sou uma cinderela perdida,
as fadas-madrinha não existem!
E nos anjos da guarda
já deixei há muito de acreditar!
No entanto,
sempre quis crer,
que há amigos,
e que as vezes eles parecem anjos
que nos amparam no meio da dor.
Mas quando estes falham,
nos desiludem,
nos magoam,
parece que o mundo descamba.
Parece um enorme terramoto
que destroi tudo à volta
e cá dentro.
Sei bem que a culpa é minha,
que sonho demais,
que alimento espectativas,
ilusões.
Sei bem que penso
(olusão minha)
que todos amam como eu,
mesmo os meus amigos!
E dói,
Oh! Como dói!
Descobrir que não é assim!
Como dói descobrir,
que pros outros
há amigos das horas más
e amigos das horas boas
e não amigos de sempre,
como para mim!
Como dói perceber que,
se calhar,
esses anjos que pensava ter comigo
não existem afinal!
Diz-me lá entao,
valerá a pena amar?
Valerá a pena abrir o coração
a quem mo possa partir por dentro?
Valerá a pena deixar entrar na minha vida
outro alguém que a torne ainda mais dura,
mais difícil,
mais sem sentido?
Valerá a pena amar?
Ou, ainda melhor,
no meio de tudo isto,
Será que vale a pena continuar a Amar-te?
Venda Nova, 30 Jan 2006
10 fevereiro 2006
Hoje, amei-te um bocadinho menos
Sorriso
Que bastava um sorriso
Que era tudo quanto precisava
Pra ser feliz!
Sonhei que apenas um sorriso
Era capaz de mover montanhas
E apagar a dor
Que inunda tantos olhares…
Sonhei que sorria
E o sol me respondia…
Sonhei que o luar
Não era nada mais
Que o sorriso pálido, sofrido
E inevitável da lua.
Sonhei que a chuva
Não eram lágrimas
(como dizem)
Mas pequenos sorrisos
Com que as nuvens cumprimentam!
Sonhei que as estrelas
Eram o meu
O teu
E tantos outros sorrisos
Que o céu acolhia
E guardava eternamente no firmamento!
Dizem que sorriso gera sorriso
Que é esse o primeiro passo
Pra ser verdadeiramente feliz!
E eu,
Nesse sonho momentâneo
Decidi fazer da minha vida um sorriso!
Achei que assim…
Poderia ser feliz!
Só que…
Há dias…
Em que por muito eu tente
Por muito que queira
É tão difícil sorrir!
Nesses dias…
O meu coração envolve-se em névoa
O meu olhar inunda-se
E o sorriso
Teima em esconder-se
No mais recôndito de mim…
Mas nesses dias
Apesar de toda a tristeza,
De toda a solidão…
Continua a bastar um sorriso…
Só que teu e não meu!
Sim!
Em qualquer dia…
A qualquer hora…
Basta um sorriso teu
E sou feliz!
Vila Real, 30-12-2005
Deserto
Se nao será esse o maior encanto da vida:
O amanhã incerto
O hoje confuso
E o ontem que se esvanece,
nas curvas e contra-curvas da memória!
Sinto-me a atravessar um deserto,
de aridez sem fim!
Olho em volta e
Vejo somente dunas...
Dunas e dunas de areia sem fim!
Areia no ar,
em névoas fechadas
em nuvens de pó
de dor...
de saudade...
e de esperanca!
Nuvens de passado ,
Que se confunde em presente
que esconde o amanhã!
Deserto de sombras e risos,
de lágrimas e de sonhos
Deserto de ti!
Deserto de mim!
Sorri...
Um sorriso,
uma lágrima...
e chove neste deserto!
E no meio de tantas lágrimas,
deste céu...
que teima em nos separar,
Surge um arco-iris
de sonhos e de esperanças,
de segredos para guardar.