25 janeiro 2018

Hoje... Lembrei-me de mim!

Esta noite... Lembrei-me de mim!
Lembrei-me daquele tempo, tão longe e tão perto, em que bastava uma caneta e um pedacinho de papel, para as palavras roubarem ao coração todas as dores... todas as angústias... todas as inquietações... todas as tristezas...
Lembrei-me, de quando nas palavras, punha os sorrisos... os sonhos... toda a alegria!
Esta noite... em que as horas teimavam em não passar, e os elásticos minutos iam vagueando lentamente pela escuridão... Esta noite em que os pensamentos voaram tão longe e tão alto... Lembrei-me de quem fui... de quem sonhei ser... de como os mesmos meandros da vida que tanto me deram, aos poucos... lentamente... da mesma forma que estes minutos demoram a passar... foram esfumando desejos tão fortes... tão reais!
Esta noite... lembrei-me de escrever!
Lembrei-me, de me lembrar de como as palavras, toda a vida de acariciaram e aconchegaram o coração... de como cada momento escrito permanece vivo e eterno numa frágil folha de papel, que o tempo amarelece e desvanece, mas que nunca apaga...
Lembrei-me de tantas memórias que os anos levaram e que uma ou outra vez regressam num vento de saudade... distantes, perdidas na memória do tempo que passou.
Lembrei-me, que a vida tantas vezes me roubou o tempo... e a vontade e a serenidade (ou a falta dela) para escrever!
E arrependi-me... oh! E de que maneira!
Arrependi-me de não ter eternizado em palavras tudo o que a vida me deu e tirou... o que conquistei e desisti... e agora a memória e o tempo teimam em esconder!
Fui ler...
Vim ler...
Vagueei por entre textos e memórias... por entre tantas noites como esta, em que o sono se perdeu pelo caminho e as horas se estendem à espera de uma aurora que teima em não chegar...
Re-senti paixões e desamores... desesperos... encontros... reencontros... desencontros... saudades do que tive... de quem tive... do que quase tive mas não cheguei a ter... do que ainda tenho, mas já não é igual!
E eis que hoje estou assim... Como há tantos anos não estava... de caneta e papel na mão e uma lágrima tanto doce como amarga, ao canto do olho e do coração!
Esta noite...
Esta manhã...
Hoje... Lembrei-me de mim!

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