
Passamos da idade dos porquês para a idade dos Ses e nem damos conta disso. A partir de uma certa altura, a nossa vida reveste-se de uma incerteza, imerge-se num profundo e denso nevoeiro e perde-se, algures num pântano de dúvida!
Um espaço de pensamentos, de revolta, de fúria, de paz e de serenidade, de sonhos e realidades, de desavenças e reencontros... enfim, de tudo o que conseguirmos libertar! Meu e de quem quiser juntar-se a mim!
Esta noite...
não feches a persiana!
Antes,
senta-te à janela
e olha o horizonte!
Vê bem essa paisagem
que tão bem conheces
e repara no céu!
É que sonhei
que era essa estrela
que vês lá ao longe
e que hoje,
quando olhasses pra ela,
era o meu olhar
que irias encontrar,
e eu...
finalmente...
o teu!
Sonhei,
que nesse lugar,
no meio do firmamento
tão longe e tão perto,
ia nascer um espaço novo,
secreto,
meu e teu!
Sonhei que criávamos,
juntos,
sem medos nem receios
(e muito menos fantasmas)
um novo céu!
Sonhei que lá chegar,
era tão fácil
como um breve pestanejar,
e voltar...
voltar não dava!
É um sonho,
eu sei!
Mas esta noite...
não feches a persiana!
Antes,
senta-te à janela
e olha o horizonte,
e juntos
vamos descobrir
esse céu só nosso
meu e teu!
Esse lugar de encontro
perpétuo,
secreto!
Onde vamos viajar,
cada dia,
cada hora,
sempre que a saudade
apertar mais!
Vila Real, 10.02.20006