16 fevereiro 2006

Refúgio

Fechei-me em copas.
Cerrei todas as portas e janelas
da minha vida
com correntes e cadeados
pra não deixar ninguém entrar!
A solidão tornou-se um refúgio
um lugar calmo,
sereno,
pleno de conforto!
Nada de novo...
Ninguém de novo.
Parece monótono
e na realidade é!
Mas é seguro...
Se ninguém entra na tua vida
ninguém te pode magoar!
Refugiei-me nessa segurança
e fui vivendo assim,
sem medo da novidade
nem da mudança,
pela certeza que não viria!
Não sei que janela me esqueci de fechar,
ou porque frincha ele entrou,
mas a verdade é que não resultou!
O meu refúgio foi invadido
e a serenidade...
Foi-se!
Tal como o vento
que passa,
agita tudo
e quando dás por ele,
já foi!
Não sei explicar o que aconteceu,
nem como aconteceu,
e muito menos porquê!
Mas a verdade
é que sem pedir
sem eu deixar,
novamente me invadiram o coração,
me quebraram as defesas...
como um vento ciclónico
revolucionaram tudo
e no fim,
fiquei no meio dos destroços,
a colar tudo de novo...
a vedar portas e janelas
pra poder voltar
ao torpor em só
em que me habituei a viver!

Vila Real, 13.02.2006

1 comentário:

Anónimo disse...

Seria possível viver resguadadas de tal forma que as emoções não entrassem nas nossas vidas? Mas seria bom ou mau? Será que poucos momentos de extâse compensam momentos inifnitos de dor? Opinião de quem por lá passou...vida sem emoção não é vida... Mas ambas sabemos de que falamos e sabemos que as nossas experiências nos marcam e nos fazem pensar sempre que "nunca mais", mas felizmente a vida mostra-nos sempre o contrário! Tanto erramos que um dia também teremos direito a esses pequenos momentos de felicidade... Só é necessário reconhcê-los quando os estivermos a viver, esse é o verdadeiro segredo!!!